quarta-feira, 29 de julho de 2009

E por falar de amor...

Imagine a situação: você está carente, curando feridas emocionais de relacionamentos anteriores, num longo período de solidão, em busca do amor... e, de repente, conhece uma pessoa com valores de vida alinhados aos seus, além de várias qualidades que você muito preza. Você se apaixonaria instantaneamente? Ou conseguiria se aproximar controlando cada passo racionalmente?

Bem, aconteceu comigo. Mais de uma vez. Já faz tempo... Acho que em quase todas, eu fiquei no grupo dos que se apaixonam na hora.

Inspirado por um desses encontros estremecedores, escrevi o texto abaixo. A maioria das palavras se inicia com a letra "S", tal como o nome da musa daquele momento.

Simpática Senhorita,

Senti-me sensibilizado com a sua sede de significado, seus serviços solidários e seu sonho de semear sabedoria. Saiba que em meu sangue surgem sentimentos semelhantes por segundo.

Da Sibéria ao Saara, de Santo Antônio a São Paulo, sinetes subliminares soterraram o sentido do suor e do suspiro. Suprimiram-lhes o sagrado, sujeitando-os a um sofisticado simulacro, subvertendo-os em sofismas. Substituíram a súplica sincera pela surdez, a servitude pela servidão, a simplicidade pelo simplório, a saúde pelo silicone, o social pela solidão, o século pela semana, o solene pela soberba, a sabedoria por slogans.

Sobreviveremos? Sim! O Sol sempre sobrepuja a sombra. Se nossos semblantes sufragam esse segredo, saberemos sublimar o sofrimento e socializar a satisfação.

Sutis sinais siderais são saboreados somente pelos sensíveis. Saúdo a sincronicidade que sugere a sanidade e sepulta o sofrer secreto. Na surdina, o saldo é uma sigilosa saudade que somente eu sanciono. Ao Soberano Senhor suplico socorro e segurança, e aos Serafins, serenidade. Senão, uma sísmica sacudida setentrional será sofrida silenciosamente no seio de meu sistema somático e sensorial. Sequer sonhas com o solavanco dessa síndrome.

Há solução? Sim, na sintonia socializada entre dois seres que, em sinergia, sussurram sílabas sonoras e silenciosas de sagrados sentimentos.

Se não surgir a solução, soturno serei, mas sobreviverei e saberei sobrepujar. Sim, superarei o sofrer e a sede. Serei sempre o que sou, sem simulações.

Sinceramente, Feizi