sábado, 1 de janeiro de 2011

SUCESSO, FRACASSO E PERFECCIONISMO

Trabalhando com formação de lideranças há mais de vinte anos, observo uma tendência crescente: o perfeccionismo. Acompanham-no seus efeitos colaterais – ansiedade, medo de fracassar, obsessão pelo sucesso, frustração, competição exagerada e depressão.

Alguns pensam que perfeccionismo é virtude, mas não é. É garantia de sofrimento, já que a perfeição é inatingível. Por melhor que seja um automóvel ou um computador, por mais bela que seja uma flor ou uma mulher, sempre é possível se imaginar outro/a que lhe seja superior.

Os perfeccionistas sofrem porque não importa o quanto se esforcem, terminam constatando que não alcançaram a “perfeição”. Se, ao invés dessa meta inalcançável, estivem buscando a excelência, certamente se sentiriam mais fortes, motivados e capazes. Isso porque a excelência de cada coisa, projeto ou objetivo é definida levando-se em consideração as condições prévias, os recursos existentes, o prazo disponível, o grau de experiência e competência, os apoios possíveis, dentre outros fatores que influenciam todo e qualquer resultado. Por outro lado, ao se definir a perfeição de algo, desconsideram-se o contexto, o momento, as possibilidades e limitações. Não é algo inteligente de se fazer, portanto.

Dentre os efeitos colaterais do perfeccionismo destaca-se a “ansiedade de desempenho”. A obsessão pelo sucesso e o medo de fracassar não ajudam a pessoa a avançar, crescer e conquistar o que almeja, mas sim, interferem negativamente como uma profecia auto-realizadora.

Para se libertar dessas amarras, é preciso buscar a nossa própria definição pessoal de “sucesso” e “fracasso”. Embora todos acreditem “pensar com a sua própria cabeça”, a verdade é que a maioria de nossos modelos mentais é construída sobre crenças e conceitos que absorvemos de modo inconsciente da cultura em que estamos imersos. O primeiro passo, portanto, é questionar cada uma das premissas sobre as quais nosso modelo mental de sucesso e fracasso se baseia.

Se você constatar que os seus conceitos de fracasso e sucesso são estreitos, rígidos e cheios de expectativas exageradas – porque fundamentados no perfeccionismo –, então pergunte a si mesmo se deseja, conscientemente, adotar esses critérios para nortear e avaliar sua vida?

Ao refletir profundamente, você descobrirá que só existem três possíveis fracassos na vida:

1. NÃO TENTAR - Quando você está com tanto medo de errar ou perder que decide que é melhor desistir, mesmo sem haver tentado.

2. DESISTIR - Quando você tenta um pouco, por algum tempo, percebe que o seu sonho é desafiador, e então decide que será mais fácil mudar de sonho, ao invés de lutar por ele. (É claro que há situações nas quais você já fez todos os esforços para atingir uma meta, já tentou todas as estratégias e, após uma cuidadosa avaliação, decide estabelecer uma nova meta para si mesmo. Isto não é desistência!).

3. NÃO APRENDER COM AS TENTATIVAS E ERROS - É preciso perguntar-se, sempre: “o que posso aprender dessa experiência? Que lições posso extrair dessa dificuldade?” Quando não se faz esse tipo de questionamento, o passar do tempo acarreta apenas no aumento da idade, e não no amadurecimento. Maturidade provém da reflexão e do auto-conhecimento, não do envelhecimento.

Quem compreender esses fatos, nunca se sentirá um fracassado na vida. Mesmo se houver tentado tudo o que podia e tudo tiver saído “errado”, saberá que tudo isso foram TENTATIVAS, e não fracassos. Entenderá também que fracassar em uma situação específica não significa, de modo algum, ser um fracassado (por inteiro)!

Tentar conscientemente é aprender. E aprender traz experiência. A experiência nos prepara para não repetir os mesmos erros. Então, cometem-se outros erros, que vão ensinar novas lições. Como disse Carlinhos Brown, “vamos cometer novos erros”! Todo esse processo resulta em amadurecimento. Portanto, se você foi capaz de aprender alguma coisa de uma experiência, ela jamais poderá ser considerada um fracasso.

Feliz 2011 !

Estimad@  Internauta que visita este blog,

Espero que você e todos que você ama tenham celebrado as Festas com saúde, amor e alegria, preparando-se para fazer de 2011 um novo estágio evolutivo em seu crescimento como pessoa, como membro de sua família, sua comunidade e de nossa humanidade.

Que nessa caminhada encontremos formas mais efetivas de nos colocarmos a serviço da melhoria do mundo, e sejamos capazes de nos apoiar e encorajar mutuamente.

Aproveito para compartilhar algumas coisas que aprendi em 2010, e se você puder me retribuir na mesma moeda, ficarei imensamente agradecidoSinta-se convidad@ a deixar o(s) seu(s) aprendizado(s) aqui, nos comentários.  

Aprendi, com a minha amiga Profa. Terezinha Rios, que "a História não é a passagem do tempo por nós, é a nossa interferência no tempo".

Por isso, precisamos nos questionar sobre que MARCA temos deixado no mundo... Será que estou contribuindo de forma proativa para gerar diálogo, cooperação, respeito mútuo, inclusão, justiça e solidariedade?

Afinal, paz, ética e valores humanos não brotam por "geração espontânea"! É preciso que sejam intencional e sistematicamente semeados, cultivados e preservados!!!!

Também aprendi com as sábias palavras de Bahá'u'lláh (Fundador da Fé Bahá'í), que diz: "A melhora do mundo pode ser realizada através de ações puras e boas, de conduta louvável e digna".

Ou seja, podemos interferir no tempo, ajudando a melhorar o mundo na medida em que nos esforçarmos para que nossas ações tenham pureza de intenções, sejam motivadas pelo desejo de fazer o Bem e se caracterizem por gerar o Bem para a coletividade; e que o nosso comportamento seja cada vez mais pautado na ética e em valores universais, bem como reto e correto.

Desejo a você um Ano Novo permeado por aquela Felicidade profunda e verdadeira, que brota da realização do sentido maior da existência, do serviço à humanidade, e da transformação rumo ao Melhor que habita em cada um de nós!